terça-feira, 23 de setembro de 2008

GORDON BROWN JÁ ERA!

O isolado primeiro ministro do Reino Unido parece um dead man walking tanta é a falta de esperaça na vitoria das eleições do próximo ano. Ao suceder a Tony Blair, Brown cumpriu um objectivo mas o seu governo nunca caiu em graça. É uma espécie de John Major, um eterno segundo que chega a comandante quando o barco comeca a afundar.


Caso não hajam surpresas o proximo ocupante do número 10 de Downing Street será o conservador David Cameron que galopa imparável nas sondagens. Cameron évisto como o sucessor natural de Margaret Tatcher e não podia ter mais dócil adversário que Brown.


Mas se os próximos anos parecem estar já entregues aos tories a sucessão no Labour já faz correr muita tinta.


David Miliband, o Michael Scolfield da política inglesa tambem conhecido como Brains é o mais desejado para suceder a Brown e só uma estrategia a longo prazo poderá impedir a sua evolucão.
Miliband é o Boy Wonder da politica inglesa,neto de sobreviventes do ghetto de Varsóvia fez um percurso politico dentro dos think thanks ,longe da militância de base.

O facto de estar como chefe do Foreign Office é mais uma prova (e o pouco desgaste politico que isso lhe confere, em contrapatida com a grande visibilidade) do lugar muito especial que ocupa.

Mas como todos sabemos (inclusivé Hilary Clinton) em democracia não há candidatos e sucessores a longo prazo porque aqueles que levantam a cabeca e não saltam logo são normalmente os primeiros a levarem uma bala.

domingo, 21 de setembro de 2008

Uma tarde de Setembro...

em casa, a ver o assalto e intromissão. Do Anthony Minguella com o Jude Law...o turbilhão que é a nossa vida, os problemas que temos em casa e as aparentes soluções simples e que são apenas um escape para tudo. Mas como nem tudo o que parece é (sim, nem tudo o que parece é..e sabes bem que estou a falar contigo), não há milagres..e temos que continuar a partir pedra...

um vazio cá dentro...

IMAGENS QUE VALEM MIL PALAVRAS



Ontem falaram-me de Bansky. Um artista inglês, supostamente anónimo, que transforma cenas da vida quotidiana em imagens. E as imagens valem mesmo dar uma vista de olhos...

domingo, 7 de setembro de 2008

As Eleições em Angola

A primeira parte deste texto foi escrito na manhã de dia 5 de Setembro, dia das eleições.


I Parte

É hoje que os Angolanos foram às urnas para substituir (ou não) um governo eleito há 16 anos.
Sim porque a televisão local continuava a apresentar a legitimidade do MPLA como adquirida nas eleições de 1992 ( que como é do conhecimento geral não chegaram ao fim) como se fosse a coisa mais natural do mundo. Foram prometidas eleições livres e justas por um partido que se mantém ditatorialmente no poder desde 1975 e cujas tendências de repressão ao velho estilo marxista ainda não desapareceram. Um partido que se vai governando, com toda a riqueza de Angola e cujas políticas só acentuam o fosso entre os muito ricos e os miseráveis.
Mas tentam dar à comunidade internacional uma imagem de democracia, certamente retirada dos livros de história quando Salazar dizia que, em Portugal, as eleições iam ser tão livres quanto na livre Inglaterra…e assim nasceu a expressão para inglês ver….

Eleições livres é um conceito difícil de explicar a muitos: para Stalin bastava ter mais de um partido a concorrer; Mugabe adopta o voto com canhoto para mais tarde poder vir a ser conferido; para outros as eleições podem ser livres tendo cada partido a sua cor que depois é depositada na urna; e temos também aqueles países onde quer o número de votantes quer as mesas de voto não tem representantes (e o necessário controlo) de todas as forças em disputa.
E é neste ultimo leque que eu incluo as eleições em Angola. O MPLA jamais vai ceder o poder..há demasiado dinheiro em jogo.
Para isso tratou-se logo de excluir da votação os emigrantes cujo grau de instrução tem tendência a ser mais elevado, mas também a garantir que só os meios de comunicação social amigos do governo possam operar de Angola e difundir assim as notícias pré aprovadas.
Assim, a Sic, a Rádio renascença, a Visão e o público ficaram de fora porque poderiam querer mostrar mais do que diziam. Para estes meios de comunicação social, esta recusa devia ser encarada com o orgulho que só a sua competência e independência lhes garante. Prova que não são Bandarras que vão ladrar aquilo que os donos mandam.
Foi-nos assim apresentada na quinta feita, com pompa e circunstância a sala da Comissão Nacional de Eleições onde se vai garantir toda a legitimidade e verdade na publicação dos resultados.
As minhas estimativas apontam para um resultado de 65 a 70% para o MPLA para assim poder ser alterada a constituição a seu bel prazer.
O mal dos Angolanos e a principal razão da sua pobreza é o mesmo da sua mais valia: um pontapé numa pedra pode desvendar um diamante, um furo pode encontrar petróleo e o seu solo rico é ideal para cultivo.

II Parte

Duas ideias a reter:

- Problemas na abertura das urnas leva a chefe de missão da União Europeia a qualificar as eleições como DESASTRE;
- Vitória esmagadora do MPLA com mais de 80% dos votos……inédito numa democracia….

O PALERMA

Victor Bandarra é o jornalista da TVI encarregue de fazer a cobertura s eleições em Angola. Depois de programas tão marcantes como Livro de Reclamações e Quero Justiça e depois de ter andado de forma aparvalhada a tentar percorrer o IC19 de Bicicleta, o poderoso Bandarra volta a dedicar-se à sua especialidade: ser porta-voz do governo Angolano.
Já o tinha sido nas últimas semanas da guerra quando, de microfone em punho, se indignava por o exército angolano ter encontrado um carro de combate nas fileiras da UNITA “como foi possível, com o embargo de venda de armas, este carro ter aqui chegado?” e valorizava o esforço de paz que os tropas do MPLA faziam pelo mato a chacinar tudo e todos à procura de Savimbi (nessas alturas estava distraído a comer cachupa….)
Desta vez, Bandarra foi mais longe e cobriu massivamente a campanha do governo, do “Tio Zédu”, ignorando a existência de oposição e dando uma imagem de homem de estado, cheio de obra para inaugurar, de um dos homens mais ricos do mundo.
Bandarra presta um serviço ao jornalismo, como já o fizeram os seus colegas do Pravda antes de 1991. É o jornalismo encomendado e vil…o big brother que Orwell temia…e quem ouve acredita porque dizem na televisão