Ando a descobrir Murakami. A pessoa que mais me influenciou enquanto adulto apresentada os livros dele como uma ora prima, um hino à fantasia e ao sentido noir da vida. Dizia-me sempre que não eram bons para mim porque não continham aquela parte histórica que tanto me apaixona.
Mas essas palavras deixam qualquer um intrigado. Com o passar dos anos, quem não vemos acaba por se tornar uma memória e, poucas vezes, numa memória que queremos descobrir e aprofundar.
Decidi assim pegar num livro de Murakami, em Busca do Carneiro Selvagem. Somos confrontados com uma personagem que é tão humano como nós, sem aquele sentimento “Valquiría” (Tom Cruise é o mais honesto, justo, recto, etc etc) com falhas e com desejos. Passa uma ideia de fragilidade e de mortalidade, de vida infeliz e dos seus passos para a contrariar.
Detém um óptimo emprego a fazer tudo o que gosta mas, como muita gente hoje em dia não consegue entender, o trabalho não é tudo e há necessidade de se ter uma vida fora do trabalho, longe do mesmo, para a qual/quem nos possamos dedicar.
O ambiente noir é bem ao género de Batman..sem aqueles mil sois esplêndidos de alegria e de falsa felicidade que aparecem nos livros de culinária intelectual (onde só os ingredientes mudam porque o conteúdo é o mesmo) produzidos exactamente duas vezes por ano.
Ainda só vou na página 50, mas já procuro maneiras de deitar a mão a Kafka a Beira-Mar….a prova que mesmo os mais realistas precisam, de pelo menos durante pouco tempo, deixar o mundo terreno e sonhar um pouco..mesmo que esse sonho nos faça encarar a realidade…
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1 comentário:
Honey, há sonhos bem melhores que algumas realidades e um pouco de abstracção nunca fez mal a ninguém.
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