Depois de um dia de trabalho sempre psicologicamente exigente, nada melhor do que mergulhar com um amigo naquele mundo de sonhos que fica ali em S. Sebastião.
Esse nada melhor seria o ideal se nos fosse vedada a passagem pela zona dos dvds onde, cada um de nós, acabou por se auto-presentear com 3 exemplares de filmes, tendo ele privilegiado o género infantil enquanto eu me dediquei aos clássicos. Sim, porque casa que é casa tem que ter o Grease para ver no verão e A primeira noite para aquelas tardes de Inverno.
Depois disto um enorme jantar, digno de um casamento do mais alto nível. A residência dos Medeiros do Parque Europa é um elogio à excelência gastronómica que transforma cada convívio numa enorme pançada.
Como dizia a canção dos Mata Ratos, tudo estava bem até certo momento…até ao momento de ter de cantar os Parabéns.
Porque a natureza de cada um é diferente, tinha tratado de conviver com a minha família menos após o falecimento da minha avó, uma maneira (estúpida é certo) de tentar amenizar a perda e de não pensar tanto nisso. Hoje senti realmente o sentimento de perda. Senti que, ao cantar os parabéns ao patriarca da família Medeiros (66 velas) me faltava a minha avó. Bem que olhava para os lados à sua procura mas era um facto..
Às vezes precisamos de voltar ao quotidiano para conseguirmos aceitar que algo muito importante de nós nos foi retirado.
E por mais que a vida corra a 200% e que pense que o meu cérebro, enquanto estou acordado, pode e deve funcionar como uma máquina a toda a velocidade com todos os dias altamente ocupados (hoje tive a infeliz e muito triste ideia de sugerir a uma grande amiga que acompanhasse a minha agenda através de um blog), quando paramos por um momento e celebramos algo que sempre celebrámos, nos falta uma parte do nosso ser. Algo que esteve presente no nosso passado, mas que desapareceu do nosso futuro.
É esse sentimento que ainda não aprendi a dominar (será que os sentimentos devem ser dominados ou compreendidos?). A perda, a ideia que nunca mais poderei ver alguém que faz parte A SÉRIO da minha vida, seja por morte ou por afastamento, leva-me a proteger-me dando menos atenção a quem se calhar mais merecia. É o gato escaldado que de água fria tem medo aplicado ao ser humano que, ainda para mais, é totalmente imperfeito (e está consciente disso).
Apesar de depois ainda ter ido dar um beijinho de Parabéns a uma amiga e de ter convivido com outros amigos, a sensação que a vida tem de ser vivida a 200% não desaparece e, nestes breves momentos que paro para pensar, sou obrigado sempre a voltar ao meu baú de canções…e perguntar “Where have you gone…”..na sua música consigo sempre fazer as perguntas e encontrar as respostas.
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