Do meu outro blog...uma música linda...náo é tão conhecida como merecia mas ainda bem...acaba por ser como que um segredo
Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me
I don’t want to leave her now
You know I believe her now
Somewhere in her smile she knows
That I don’t need no other lover
Something in her style that shows me
Don’t want to leave her now
You know I believe her now
You’re asking me will my love grow
I don’t know, I don’t know
You stick around now it may show
I don’t know, I don’t know
Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me
Don’t want to leave her now
You know I believe her now
Não precisas de pensar será???...simplesmente sentes......
Ou não tivesse sido esta música escrita pelo George Harrison a pensar na mulher....a tal Patti.....era tão bonita que o próprio melhor amigo do marido escreveu para ela.... Like a fool, I fell in love with you, turned my whole world upside down....
Anos mais tarde a Patti acabou por se render ao melhor amigo e fugir com ele....
terça-feira, 30 de outubro de 2007
HERMITAGE
Já fui ver a exposição que tanta expectativa está a gerar. Não sei se terá por ter visitado alguns museus de referência há pouco tempo, ou se pelo altíssimo nível que esperava o facto é que esta exposição deixou algo a desejar.
A exposição foca, talvez demasiado, a vida dos czares sem no entanto apresentar algumas das obras charneira que caracterizavam a corte russa.
De destaque, uma coroa usada por Nicolau II , uns vasos que aparecem sem o protagonismo merecido e, principalmente, uma coroa em miniatura de Fabrégé que aparece escondida por trás de um trono. Esta obra vale, per si, toda a visita ao palácio nacional da ajuda. Toda a arte o mestre numa conjugação de pedras preciosa com um detalhe apenas ao nível dos predestinados.
Vale a pena ir ver, mas….
A exposição foca, talvez demasiado, a vida dos czares sem no entanto apresentar algumas das obras charneira que caracterizavam a corte russa.
De destaque, uma coroa usada por Nicolau II , uns vasos que aparecem sem o protagonismo merecido e, principalmente, uma coroa em miniatura de Fabrégé que aparece escondida por trás de um trono. Esta obra vale, per si, toda a visita ao palácio nacional da ajuda. Toda a arte o mestre numa conjugação de pedras preciosa com um detalhe apenas ao nível dos predestinados.
Vale a pena ir ver, mas….
Partindo da exposição do Hermitage
(Ainda antes de ver a exposição)
Vai começar no próximo mês de Outubro um evento que não vou perder. O museu Russo Hermitage vai fazer em Lisboa uma apresentação das suas obras no sentido de preparar uma abertura (ainda rumor) de um pólo em Lisboa no ano de 2010.
A exposição, intitulada «De Pedro, o Grande, a Nicolau II - Arte e Cultura do Império Russo na Colecção Hermitage», estará patente na Galeria D. Luís I, no Palácio da Ajuda (Sala de Baile), e dará a ver obras de pintura, ourivesaria, mobiliário e vestuário.
Mal posso esperar para ver todo o esplendor da corte imperial dos Czares. Quem conhece (mesmo que um mínimo como eu) a cultura russa sabe de toda a sua grandiosidade e vontade de impressionar o outro para demonstrar que o urso continental era grande em tudo (custa-me utilizar o urso continental…para mim os ursos são os Hohenzollern prussianos…..).
Mas se pegar-mos nesta ideia vamos ficar abismados (mais uma vez…) pelas enormidades feitas durante o regime que governou a Rússia de 1917 a 1991.
Durante esse tempo, toda a criatividade russa ficou dependente das vontades de vários aparatchiks, todos com medo uns dos outros e com um medo ainda maior dos Czares vermelhos que viviam no Kremlin e dos seus cães de guardada Tcheka e (depois) do KBG.
O tempo dos Romanov não foi propriamente caracterizado por uma democracia e por um alegria geral. O império russo era um território muito atrasado, onde os opositores eram enviados (de férias..) para exílios no Cáucaso ou na Sibéria.
A sociedade era feudal, com uma estratificação rígida das classes sociais. Os ricos eram muito ricos, e os pobres eram um bando de miseráveis. A liberdade, existia desde que não colocasse em causa o status quo do império.
O Czar governava o território de uma maneira que já não se via. Não tinha que prestar contas de nada a ninguém, pois o seu poder provinha directamente da graça de deus e só ele poderia fazê-lo abdicar. Prova disso era a sumptuosidade da corte russa, ao nível dos tempos da corte francesa de Luís XIV, onde o luxo e o modernismo eram presença constante. Para os grandes joalheiros da Europa (como Carl Fabrégé), uma visita à Rússia era recebida com um sorriso na cara.
Com a decisão de Pedro I (dito, o grande) que virou a atenção da Rússia das conquistas a leste para o concerto europeu das nações, a cultura naquele país começou a criar bases para a excelência que atingiria no século XIX.
As obras russas são difundidas a nível internacional e nomes como os de Fyodor Dostoevsky, Lev Tolstoy, Pyotr Ilych Tchakovsky e Sergei Rachmaninoff (este mais tarde) atingiram uma imortalidade que continua, ainda hoje, influencia homens e mulheres dos mais variados cantos do mundo.
Os irmãos Karamazov, Guerra e Paz, o Idiota, óperas como o Lago dos Cisnes, o Quebra Nozes e 1812 levam-nos a um imaginário glorioso que nos faz sonhar com príncipes e princesas, com cortes e com faustos, com honra e paixão, com a vida e a morte.
A cultura russa começou a impor-se e permitiu uma inimaginável internacionalização dos valores e dos sonhos daquele país.
Ma tudo mudou.
A revolução de 1918 (a de Outubro) com base Marxista, feita pelos (pseudo) trabalhadores com objectivos de virar de pernas para o ar a sociedade russa veio trazer medo a todos os criativos.
De repente, a iniciativa, a ideia, a beldade eram tudo pontos de vistas julgados por um tribunal revolucionário cujo objectivo era fazer as pessoas viver a vida real e não pensarem que poderiam fugir da mesma, mesmo que por breves momentos de leitura.
Dos grandes autores russos, apenas Maxim Gorki aceitou colaborar com o novo regime, e mesmo ele após longas negociações com o partido que lhe permitiram regressar em triunfo e retirar-se para uma dacha longe do dia a dia dos comuns trabalhadores.
Quando a moeda forte começou a escassear, Stalin deu ordem para que os grandes museus russos começassem a vender (em segredo) as suas obras de arte. Para nossa sorte, O sr. Calouste Gulbenkian tinha os contactos e a visão certa para adquirir tamanhas preciosidades. Quando veio a público o negócio (que também envolveu magnatas americanos) um furioso Stalin tomou a decisão habitual: fuzilar o director do museu e proteger o responsável do partido.
Durante anos a cultura russa gerou livros medíocres e músicas patéticas. A cultura tornou-se uma arma só o bailado arte de uma beleza natural extrema (que só após muitos anos aprendi a gostar…o termo tem que ser mesmo observar e calar para aprender). Com ironia, as fantásticas noites no teatro Bolchoi, tinham como ponto alto e obrigatório aplaudir da chegada do camarada Stalin. Aqueles que fossem os primeiros a parar o aplauso ou a sentarem-se (revelando pouco espírito revolucionário) eram contemplados com uma viagem até à Sibéria por um período de 10 anos. Acaba por ser a imagem perfeita de toda a produção cultural russa durante o período comunista.
Um dia tudo mudou: a obra Dr. Jivago, de Boris Pasternak, passada para o ocidente depois de ter sido escrita no medo, mostrou ao mundo que a qualidade literária dos russos se mantinha e mais, que o mundo feliz transmitido pela propaganda não existia.
A União Soviética era um país de sonho pois a felicidade só existia nos sonhos.
Depois, Aleksandr Solzhenitsyn ( Gulag e Um dia na vida de Ivan Denisovich)ajudou a denunciar os crimes Stalinistas e o modo de vida no país. A União Soviética tinha a realidade as cidades e dos campos de trabalhos forçados…tudo o resto era transitório.
Mas, de tudo aquilo que foi produzido durante o século XIX quando comparado com a parca produção do século passado, só nos podemos interrogar se não haverá, e facto, um machado que possa cortar a raiz ao pensamento
Nota: de onde vem o nome CZAR? Vem do nome CEASAR, o líder romano pois o grão-ducado de Moscovo sempre se considerou herdeiro do império romano devido à sua grandiosidade (nada pretensiosos, leia-se). Curiosamente o termo alemão KAISER vem simboliza o mesmo e provém da mesma palavra.
Vai começar no próximo mês de Outubro um evento que não vou perder. O museu Russo Hermitage vai fazer em Lisboa uma apresentação das suas obras no sentido de preparar uma abertura (ainda rumor) de um pólo em Lisboa no ano de 2010.
A exposição, intitulada «De Pedro, o Grande, a Nicolau II - Arte e Cultura do Império Russo na Colecção Hermitage», estará patente na Galeria D. Luís I, no Palácio da Ajuda (Sala de Baile), e dará a ver obras de pintura, ourivesaria, mobiliário e vestuário.
Mal posso esperar para ver todo o esplendor da corte imperial dos Czares. Quem conhece (mesmo que um mínimo como eu) a cultura russa sabe de toda a sua grandiosidade e vontade de impressionar o outro para demonstrar que o urso continental era grande em tudo (custa-me utilizar o urso continental…para mim os ursos são os Hohenzollern prussianos…..).
Mas se pegar-mos nesta ideia vamos ficar abismados (mais uma vez…) pelas enormidades feitas durante o regime que governou a Rússia de 1917 a 1991.
Durante esse tempo, toda a criatividade russa ficou dependente das vontades de vários aparatchiks, todos com medo uns dos outros e com um medo ainda maior dos Czares vermelhos que viviam no Kremlin e dos seus cães de guardada Tcheka e (depois) do KBG.
O tempo dos Romanov não foi propriamente caracterizado por uma democracia e por um alegria geral. O império russo era um território muito atrasado, onde os opositores eram enviados (de férias..) para exílios no Cáucaso ou na Sibéria.
A sociedade era feudal, com uma estratificação rígida das classes sociais. Os ricos eram muito ricos, e os pobres eram um bando de miseráveis. A liberdade, existia desde que não colocasse em causa o status quo do império.
O Czar governava o território de uma maneira que já não se via. Não tinha que prestar contas de nada a ninguém, pois o seu poder provinha directamente da graça de deus e só ele poderia fazê-lo abdicar. Prova disso era a sumptuosidade da corte russa, ao nível dos tempos da corte francesa de Luís XIV, onde o luxo e o modernismo eram presença constante. Para os grandes joalheiros da Europa (como Carl Fabrégé), uma visita à Rússia era recebida com um sorriso na cara.
Com a decisão de Pedro I (dito, o grande) que virou a atenção da Rússia das conquistas a leste para o concerto europeu das nações, a cultura naquele país começou a criar bases para a excelência que atingiria no século XIX.
As obras russas são difundidas a nível internacional e nomes como os de Fyodor Dostoevsky, Lev Tolstoy, Pyotr Ilych Tchakovsky e Sergei Rachmaninoff (este mais tarde) atingiram uma imortalidade que continua, ainda hoje, influencia homens e mulheres dos mais variados cantos do mundo.
Os irmãos Karamazov, Guerra e Paz, o Idiota, óperas como o Lago dos Cisnes, o Quebra Nozes e 1812 levam-nos a um imaginário glorioso que nos faz sonhar com príncipes e princesas, com cortes e com faustos, com honra e paixão, com a vida e a morte.
A cultura russa começou a impor-se e permitiu uma inimaginável internacionalização dos valores e dos sonhos daquele país.
Ma tudo mudou.
A revolução de 1918 (a de Outubro) com base Marxista, feita pelos (pseudo) trabalhadores com objectivos de virar de pernas para o ar a sociedade russa veio trazer medo a todos os criativos.
De repente, a iniciativa, a ideia, a beldade eram tudo pontos de vistas julgados por um tribunal revolucionário cujo objectivo era fazer as pessoas viver a vida real e não pensarem que poderiam fugir da mesma, mesmo que por breves momentos de leitura.
Dos grandes autores russos, apenas Maxim Gorki aceitou colaborar com o novo regime, e mesmo ele após longas negociações com o partido que lhe permitiram regressar em triunfo e retirar-se para uma dacha longe do dia a dia dos comuns trabalhadores.
Quando a moeda forte começou a escassear, Stalin deu ordem para que os grandes museus russos começassem a vender (em segredo) as suas obras de arte. Para nossa sorte, O sr. Calouste Gulbenkian tinha os contactos e a visão certa para adquirir tamanhas preciosidades. Quando veio a público o negócio (que também envolveu magnatas americanos) um furioso Stalin tomou a decisão habitual: fuzilar o director do museu e proteger o responsável do partido.
Durante anos a cultura russa gerou livros medíocres e músicas patéticas. A cultura tornou-se uma arma só o bailado arte de uma beleza natural extrema (que só após muitos anos aprendi a gostar…o termo tem que ser mesmo observar e calar para aprender). Com ironia, as fantásticas noites no teatro Bolchoi, tinham como ponto alto e obrigatório aplaudir da chegada do camarada Stalin. Aqueles que fossem os primeiros a parar o aplauso ou a sentarem-se (revelando pouco espírito revolucionário) eram contemplados com uma viagem até à Sibéria por um período de 10 anos. Acaba por ser a imagem perfeita de toda a produção cultural russa durante o período comunista.
Um dia tudo mudou: a obra Dr. Jivago, de Boris Pasternak, passada para o ocidente depois de ter sido escrita no medo, mostrou ao mundo que a qualidade literária dos russos se mantinha e mais, que o mundo feliz transmitido pela propaganda não existia.
A União Soviética era um país de sonho pois a felicidade só existia nos sonhos.
Depois, Aleksandr Solzhenitsyn ( Gulag e Um dia na vida de Ivan Denisovich)ajudou a denunciar os crimes Stalinistas e o modo de vida no país. A União Soviética tinha a realidade as cidades e dos campos de trabalhos forçados…tudo o resto era transitório.
Mas, de tudo aquilo que foi produzido durante o século XIX quando comparado com a parca produção do século passado, só nos podemos interrogar se não haverá, e facto, um machado que possa cortar a raiz ao pensamento
Nota: de onde vem o nome CZAR? Vem do nome CEASAR, o líder romano pois o grão-ducado de Moscovo sempre se considerou herdeiro do império romano devido à sua grandiosidade (nada pretensiosos, leia-se). Curiosamente o termo alemão KAISER vem simboliza o mesmo e provém da mesma palavra.
IVAN GROZNY
Quando falamos do Grão Príncipe do Ducado de Moscovo Ivan IV poucos reconhecerão o nome. Afinal, Ivan é um nome russo tão vulgarizado que os alemães quando recuavam em 1944/45 depois das investidas de Hitler, tratavam todos os russos por esse nome.
Mas quando falamos de Ivan, o terrível até parece que nos passa um arrepio pela Espinha.
E o rapaz não ganhou o cognome de o terrível por mandar cortar árvores e matar moscas.
Ivan tinha uma pancada MUITO grande, produto da infância violentíssima que viveu num Kremlin, que mais parecia um ninho de vespas dos boiardos.
Mas Ivan também fez das suas…uma das minhas preferidas é a história da catedral de S. Basílio, hoje um ex-líbris da grande cidade muscovita.
Para comemorar a vitória e a conquista do khanado de Kazan, Ivan mandou erguer um edifício imponente.
Para isso, o arquitecto Postnik Yakovlev trabalhou de 1555 a 1561 para produzir a obra que vemos hoje.
Mas porque Ivan era mesmo terrível e porque gostou tanto da catedral que não queria que fosse feita uma mais bela, mandou cegar o arquitecto responsável…
Mas quando falamos de Ivan, o terrível até parece que nos passa um arrepio pela Espinha.
E o rapaz não ganhou o cognome de o terrível por mandar cortar árvores e matar moscas.
Ivan tinha uma pancada MUITO grande, produto da infância violentíssima que viveu num Kremlin, que mais parecia um ninho de vespas dos boiardos.
Mas Ivan também fez das suas…uma das minhas preferidas é a história da catedral de S. Basílio, hoje um ex-líbris da grande cidade muscovita.
Para comemorar a vitória e a conquista do khanado de Kazan, Ivan mandou erguer um edifício imponente.
Para isso, o arquitecto Postnik Yakovlev trabalhou de 1555 a 1561 para produzir a obra que vemos hoje.
Mas porque Ivan era mesmo terrível e porque gostou tanto da catedral que não queria que fosse feita uma mais bela, mandou cegar o arquitecto responsável…
V FOR VENDETTA
Um dos filmes politicamente mais evoluídos e esclarecidos que não me canso de ver é o V for Vendetta.
O cenário parece Orwelliano. Numa sociedade inglesa pós –ataque terrorista, as pessoas votaram por sacrificar parte das suas liberdades em nome de uma maior segurança. Claro que, sendo o ser humano profundamente imperfeito, essa segurança confere aos responsáveis um poder absoluto de controlo. Afinal, é tudo em nome do povo e para o povo. As pessoas aceitam tudo, afinal, ninguém quer ver repetidos os ataques aos esgotos que causaram milhões de mortos.
Mas, partindo desta ideia, o filme gira à volta de alguém que quer destruir as Casas do Parlamento, o símbolo do poder.
E pergunta se vale a pena morrer por uma ideia? Será que há ideias que são tão mais importantes que nós, que valerá a pena dar-mos a nossa vida para que todos os outros possam vir a ter uma vida melhor? Marcar uma posição, gritar bem alto que é possível dizer NÃO mesmo que tenhamos que pagar o mais alto dos preços.
E será que esta paranóia da segurança, procurando passar a responsabilidade aos outros (governo), nos vai levar a um patriot act a nível global? Não há limites para a ambição humana do controle. A desconfiança e o medo geral leva muitos a abrir a cartas dos outros, a consultar o telemóvel e ver as mensagens, a fazer perguntas e mais perguntas para tentar encontrar contradições. Estas acções, que tem tanto de censuráveis como de humanas, fazem regressar o homem ao seu estado mais primário, ao estado natureza que falava Jean Jacques Russeau.
E é isto que o filme aborda.: o controlo e o poder de nós podermos fazer como disse um dia Ghandi, ou seja, sermos a mudança que queremos ser para o mundo.
O cenário parece Orwelliano. Numa sociedade inglesa pós –ataque terrorista, as pessoas votaram por sacrificar parte das suas liberdades em nome de uma maior segurança. Claro que, sendo o ser humano profundamente imperfeito, essa segurança confere aos responsáveis um poder absoluto de controlo. Afinal, é tudo em nome do povo e para o povo. As pessoas aceitam tudo, afinal, ninguém quer ver repetidos os ataques aos esgotos que causaram milhões de mortos.
Mas, partindo desta ideia, o filme gira à volta de alguém que quer destruir as Casas do Parlamento, o símbolo do poder.
E pergunta se vale a pena morrer por uma ideia? Será que há ideias que são tão mais importantes que nós, que valerá a pena dar-mos a nossa vida para que todos os outros possam vir a ter uma vida melhor? Marcar uma posição, gritar bem alto que é possível dizer NÃO mesmo que tenhamos que pagar o mais alto dos preços.
E será que esta paranóia da segurança, procurando passar a responsabilidade aos outros (governo), nos vai levar a um patriot act a nível global? Não há limites para a ambição humana do controle. A desconfiança e o medo geral leva muitos a abrir a cartas dos outros, a consultar o telemóvel e ver as mensagens, a fazer perguntas e mais perguntas para tentar encontrar contradições. Estas acções, que tem tanto de censuráveis como de humanas, fazem regressar o homem ao seu estado mais primário, ao estado natureza que falava Jean Jacques Russeau.
E é isto que o filme aborda.: o controlo e o poder de nós podermos fazer como disse um dia Ghandi, ou seja, sermos a mudança que queremos ser para o mundo.
RECUSO-ME A DIZER ADEUS
Dizia Emiliano Zapata que mais vale morrer de pé do que viver de joelhos. O conde von Stauffenberg acrescentaria com certeza que mais vale trair o país do que a consciência.
É por isso que me recuso a desistir. Escrevo, tento telefonar não para regressar ao passado mas para não cortar épocas do mesmo. A melhor maneira de vivermos o presente e aguardarmos pelo futuro é podermos olhar para o passado com um sorriso na cara.
Continuarei a tentar porque SEI que tenho a razão do meu lado. Mas também eternos, esses só os diamantes…..
É por isso que me recuso a desistir. Escrevo, tento telefonar não para regressar ao passado mas para não cortar épocas do mesmo. A melhor maneira de vivermos o presente e aguardarmos pelo futuro é podermos olhar para o passado com um sorriso na cara.
Continuarei a tentar porque SEI que tenho a razão do meu lado. Mas também eternos, esses só os diamantes…..
GUERRA
A RTP tem agora um programa sobre a guerra de África. Pela mão de Joaquim Furtado é-nos apresentado um documentário ao longo de vários episódios sobre um ferida que, ainda hoje, mais de 30 anos passados pelo fim da guerra, continua a manter um manto de silêncio sobre a sociedade portuguesa.
Recomendo a todos verem esta série. Talvez seja hoje, tantos anos passado, a hora certa de descobrir o que de facto se passou….seria interessante podermos falar abertamente com todos aqueles que têm tantas histórias para contar mas que, por vergonha e pelos traumas que certamente sofreram, ficam em silêncio.
Se uma coisa aprendi sobre tudo tenho lido sobre história e sobre a guerra é que quem não passou pelo mesmo NÃO pode atirar a primeira (segunda ou terceira) pedra.
Recomendo a todos verem esta série. Talvez seja hoje, tantos anos passado, a hora certa de descobrir o que de facto se passou….seria interessante podermos falar abertamente com todos aqueles que têm tantas histórias para contar mas que, por vergonha e pelos traumas que certamente sofreram, ficam em silêncio.
Se uma coisa aprendi sobre tudo tenho lido sobre história e sobre a guerra é que quem não passou pelo mesmo NÃO pode atirar a primeira (segunda ou terceira) pedra.
TENHO QUE IR VER
O filme Elizabeth – Golden Age com a Cate Blanchett no papel de Rainha Elizabeth (não entendo como traduziram o nome para Isabel…) nas difíceis horas que antecederam a chegada da armada que muitos denominavam de invencível.
Foi nesse momento que, com coragem, os ingleses mutuaram o seu povo, de um bando de piratas com o patrocínio da coroa, para uma potência marítima que, durante quase 300 anos dominou os oceanos.
Foi nesse momento que, com coragem, os ingleses mutuaram o seu povo, de um bando de piratas com o patrocínio da coroa, para uma potência marítima que, durante quase 300 anos dominou os oceanos.
sábado, 20 de outubro de 2007
SPRINGBOKS
Em 1995 lembro-me de estar em frente da televisão a ver a final do campeonato do mundo de Rugby. Em pleno Ellis Park de Joanesburgo, enfrentavam-se a selecção da casa e a poderosa Nova Zelândia (por quem eu torcia!).
O jogo foi um misto de monótono e irritante, muito táctico e decidido pelos dois aberturas.
No final do jogo, o capitão Francois Pienaar recebeu das mãos de Nelson Mandela a taça de campeão do mundo. Tudo normal…nem por isso….
Durante os mais de 40 anos que durou o apartheid, os Springboks eram o símbolo do regime de supermacia branca. Os sul-africanos afirmavam ter o melhor rugby do mundo mas não lhes era permitido competir. Eram venerados por uma minoria e odiados pela maioria.
Com a queda do apartheid e a organização do campeonato do mundo, o governo de Pretória pretendia unir a nação criando um sentimento de ligação a uma equipa que tinha reais chances de ganhar.
Contando apenas com um jogador negro, os sul-africanos não conseguiram conquistar o público. Ainda eram a equipa racista dos anos anteriores.
Todavia, naquela tarde, Nelson Mandela resolveu ir apoiar a sua equipa…e mais….usou uma camisola dos Springboks, a odiada camisola dos Springboks com o número do capitão, emocionando uma nação e fazendo daquele jogo e daquela vitória o momento de reunião e de reconciliação de uma nação sul-africana que não passava de uma manta de retalhos…
(claro que a comida estragada que deram aos neo-zelandeses no hotel também não terá prejudicado….)
Hoje, dia 20 de Novembro, a presença (hipotética) de Mandela inspirou os sul-africanos para uma vitória sobre a Inglaterra (com umas decisões sui generis da arbitragem).
Não se vendo Mandela na TV, ficou a imagem dos príncipes William e Harry, de Sarkozy, Gordon Brown e Thabo Mbeki, para dar uma ideia da importância dada a este evento.
No final, quando o Presidente Sarkozy se preparava (em grande estilo) para entregar a taça ao capitão Jon Smit. Este pediu que o presidente sul-africano, que se encontrava alguns metros atrás, fosse também receber a taça, simbolizando a entrega da taça a toda a nação sul-africana. Foi emocionante.
Não tendo recebido medalhas, Mbeki foi a grande figura das fotos pois ficou a comemorar junto aos jogadores e foi inclusive levantado pelos Sprinboks para que podesse ficar com a taça na mão. O rugby tem um espírito muito especial….
Pus-me a pensar se Cavaco Silva (ou Sócrates, Barroso, Sampaio) ia comemorar com os jogadores e dar largas a toda a sua alegria ou se ficariam com aquela pesudo-pose de estado, insensíveis a tudo, para não estragar o árduo trabalho das suas máquinas de marketing.
O jogo foi um misto de monótono e irritante, muito táctico e decidido pelos dois aberturas.
No final do jogo, o capitão Francois Pienaar recebeu das mãos de Nelson Mandela a taça de campeão do mundo. Tudo normal…nem por isso….
Durante os mais de 40 anos que durou o apartheid, os Springboks eram o símbolo do regime de supermacia branca. Os sul-africanos afirmavam ter o melhor rugby do mundo mas não lhes era permitido competir. Eram venerados por uma minoria e odiados pela maioria.
Com a queda do apartheid e a organização do campeonato do mundo, o governo de Pretória pretendia unir a nação criando um sentimento de ligação a uma equipa que tinha reais chances de ganhar.
Contando apenas com um jogador negro, os sul-africanos não conseguiram conquistar o público. Ainda eram a equipa racista dos anos anteriores.
Todavia, naquela tarde, Nelson Mandela resolveu ir apoiar a sua equipa…e mais….usou uma camisola dos Springboks, a odiada camisola dos Springboks com o número do capitão, emocionando uma nação e fazendo daquele jogo e daquela vitória o momento de reunião e de reconciliação de uma nação sul-africana que não passava de uma manta de retalhos…
(claro que a comida estragada que deram aos neo-zelandeses no hotel também não terá prejudicado….)
Hoje, dia 20 de Novembro, a presença (hipotética) de Mandela inspirou os sul-africanos para uma vitória sobre a Inglaterra (com umas decisões sui generis da arbitragem).
Não se vendo Mandela na TV, ficou a imagem dos príncipes William e Harry, de Sarkozy, Gordon Brown e Thabo Mbeki, para dar uma ideia da importância dada a este evento.
No final, quando o Presidente Sarkozy se preparava (em grande estilo) para entregar a taça ao capitão Jon Smit. Este pediu que o presidente sul-africano, que se encontrava alguns metros atrás, fosse também receber a taça, simbolizando a entrega da taça a toda a nação sul-africana. Foi emocionante.
Não tendo recebido medalhas, Mbeki foi a grande figura das fotos pois ficou a comemorar junto aos jogadores e foi inclusive levantado pelos Sprinboks para que podesse ficar com a taça na mão. O rugby tem um espírito muito especial….
Pus-me a pensar se Cavaco Silva (ou Sócrates, Barroso, Sampaio) ia comemorar com os jogadores e dar largas a toda a sua alegria ou se ficariam com aquela pesudo-pose de estado, insensíveis a tudo, para não estragar o árduo trabalho das suas máquinas de marketing.
É curioso
Os Britânicos têm aquele humor típico e profundamente irónico....o comboio que faz a travessia do canal da Mancha, ligando Londres a Paris parte da estação de WATERLOO......just teasing
A MARSELHESA
Há certas canções que causam, bem cá no fundo, uma grande emoção. E não é s+o por estarem ligadas a este ou aquele momento da nossa vida…são musicas que conquistaram a imortalidade por aquilo que representam….sempre tive uma grande pancada por conhecer os hinos nacionais dos países.
Recordo-me de, em menino (5 anos), sentar-me junto do meu avô a ouvi-los e assim conhecer um pouco melhor a geografia mundial (outra grande paixão!).
Uma das melodias que aí ouvi, vim a reconhecer mais tarde no filme “Fuga para a Vitória” com o Michael Caine, Sylvester Stalone e…Pélé.
Resumindo a história…durante a II Guerra Mundial, um oficial alemão, aficionado do jogo da bola reconhece, entre os prisioneiros de um campo de POWs, um antigo internacional inglês. Rapidamente procura organizar um jogo entre guardas e prisioneiros mas a sua iniciativa ganha tais precursões que o jogo acaba por ser mudado para Paris e os guardas transformam-se na equipa oficial da Wermacht. Com a máquina da propaganda alemã a funcionar, o jogo é apresentado como um símbolo do colaboracionismo.
Com as equipas perfiladas tocam-se os hinos….o alemão e o francês. Nessa altura, de forma espontânea, os espectadores começam a cantar. Confesso que na altura não sabia o que significava a letra, mas vi que se tratava de uma música que transmitia a ideia de liberdade.
Mais tarde, vi o inesquecível Casablanca e o hino ganha novamente papel de protagonista.
No Marrocos dominado pelo governo (fantoche) de Vichy, um grupo de alemães começa a cantar uma canção patriótica, no café do Rick.
Quando um líder da resistência francesa se apercebe, ordena à banda que comece a tocar a Marselhesa. E é ver todos os (pseudo-)franceses com a emoção a demonstrar a sua independência e vontade.
A Marselhesa é um símbolo de liberdade. É uma herança de duzentos anos de uma revolução francesa que varreu a Europa, destruiu a velha guarda e foi a génese (com a Paz de Westphalia) da consciencialização de identidade nacional.
Pede o levantar dos filhos da pátria, porque o dia de glória chegou. Para combater contra a tirania elevam-se os estandartes…ouvem nos campos os selvagens soldados que aí vêm? E apela às armas!!!
E é por isso que, onde quer que esteja, sempre que ouvir esta música vou pensar que é sempre preciso superar-mos o nosso melhor e atingir a utopia….
Allons enfants de la Patrie
Le jour de gloire est arrivé
Contre nous de la tyrannie
L'étendard sanglant est levé. (bis)
Entendez-vous dans les campagnes
Mugir ces féroces soldats ?
Ils viennent jusque dans vos bras
Égorger vos fils et vos compagnes !
Aux armes, citoyens !
Formez vos bataillons !
Marchons, marchons
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons !
Que veut cette horde d'esclaves,
De traîtres, de rois conjurés ?
Pour qui ces ignobles entraves
Ces fers dès longtemps préparés ? (bis)
Français, pour nous, ah! Quel outrage,
Quels transports il doit exciter !
C'est nous qu'on ose méditer De rendre à l'antique esclavage !
Recordo-me de, em menino (5 anos), sentar-me junto do meu avô a ouvi-los e assim conhecer um pouco melhor a geografia mundial (outra grande paixão!).
Uma das melodias que aí ouvi, vim a reconhecer mais tarde no filme “Fuga para a Vitória” com o Michael Caine, Sylvester Stalone e…Pélé.
Resumindo a história…durante a II Guerra Mundial, um oficial alemão, aficionado do jogo da bola reconhece, entre os prisioneiros de um campo de POWs, um antigo internacional inglês. Rapidamente procura organizar um jogo entre guardas e prisioneiros mas a sua iniciativa ganha tais precursões que o jogo acaba por ser mudado para Paris e os guardas transformam-se na equipa oficial da Wermacht. Com a máquina da propaganda alemã a funcionar, o jogo é apresentado como um símbolo do colaboracionismo.
Com as equipas perfiladas tocam-se os hinos….o alemão e o francês. Nessa altura, de forma espontânea, os espectadores começam a cantar. Confesso que na altura não sabia o que significava a letra, mas vi que se tratava de uma música que transmitia a ideia de liberdade.
Mais tarde, vi o inesquecível Casablanca e o hino ganha novamente papel de protagonista.
No Marrocos dominado pelo governo (fantoche) de Vichy, um grupo de alemães começa a cantar uma canção patriótica, no café do Rick.
Quando um líder da resistência francesa se apercebe, ordena à banda que comece a tocar a Marselhesa. E é ver todos os (pseudo-)franceses com a emoção a demonstrar a sua independência e vontade.
A Marselhesa é um símbolo de liberdade. É uma herança de duzentos anos de uma revolução francesa que varreu a Europa, destruiu a velha guarda e foi a génese (com a Paz de Westphalia) da consciencialização de identidade nacional.
Pede o levantar dos filhos da pátria, porque o dia de glória chegou. Para combater contra a tirania elevam-se os estandartes…ouvem nos campos os selvagens soldados que aí vêm? E apela às armas!!!
E é por isso que, onde quer que esteja, sempre que ouvir esta música vou pensar que é sempre preciso superar-mos o nosso melhor e atingir a utopia….
Allons enfants de la Patrie
Le jour de gloire est arrivé
Contre nous de la tyrannie
L'étendard sanglant est levé. (bis)
Entendez-vous dans les campagnes
Mugir ces féroces soldats ?
Ils viennent jusque dans vos bras
Égorger vos fils et vos compagnes !
Aux armes, citoyens !
Formez vos bataillons !
Marchons, marchons
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons !
Que veut cette horde d'esclaves,
De traîtres, de rois conjurés ?
Pour qui ces ignobles entraves
Ces fers dès longtemps préparés ? (bis)
Français, pour nous, ah! Quel outrage,
Quels transports il doit exciter !
C'est nous qu'on ose méditer De rendre à l'antique esclavage !
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