terça-feira, 30 de outubro de 2007

V FOR VENDETTA

Um dos filmes politicamente mais evoluídos e esclarecidos que não me canso de ver é o V for Vendetta.
O cenário parece Orwelliano. Numa sociedade inglesa pós –ataque terrorista, as pessoas votaram por sacrificar parte das suas liberdades em nome de uma maior segurança. Claro que, sendo o ser humano profundamente imperfeito, essa segurança confere aos responsáveis um poder absoluto de controlo. Afinal, é tudo em nome do povo e para o povo. As pessoas aceitam tudo, afinal, ninguém quer ver repetidos os ataques aos esgotos que causaram milhões de mortos.
Mas, partindo desta ideia, o filme gira à volta de alguém que quer destruir as Casas do Parlamento, o símbolo do poder.
E pergunta se vale a pena morrer por uma ideia? Será que há ideias que são tão mais importantes que nós, que valerá a pena dar-mos a nossa vida para que todos os outros possam vir a ter uma vida melhor? Marcar uma posição, gritar bem alto que é possível dizer NÃO mesmo que tenhamos que pagar o mais alto dos preços.

E será que esta paranóia da segurança, procurando passar a responsabilidade aos outros (governo), nos vai levar a um patriot act a nível global? Não há limites para a ambição humana do controle. A desconfiança e o medo geral leva muitos a abrir a cartas dos outros, a consultar o telemóvel e ver as mensagens, a fazer perguntas e mais perguntas para tentar encontrar contradições. Estas acções, que tem tanto de censuráveis como de humanas, fazem regressar o homem ao seu estado mais primário, ao estado natureza que falava Jean Jacques Russeau.

E é isto que o filme aborda.: o controlo e o poder de nós podermos fazer como disse um dia Ghandi, ou seja, sermos a mudança que queremos ser para o mundo.

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