domingo, 27 de janeiro de 2008

THE SOUND OF SILENCE

Quem trabalha por turnos tem que sujeitar a alguns pincéis. Do meu serviço talvez o mais duro seja a madrugada pois é dura física (troca os sonos todos) e psicologicamente (estar sozinho a noite toda).

A última semana que fiz foi em Agosto e, talvez por isso já sinta algumas saudades. Claro que não sinto saudades de lá estar a noite toda sem fazer nada, mas sim daquela solidão que acaba por nos transmitir alguma tranquilidade.

A madrugada é uma maratona em que corremos contra as nossas capacidades físicas e mentais. Talvez por isso seja a altura ideal para reflexões e para fazer do tempo que temos de gastar o encontro e um confronto com o meu eu actual, o meu eu passado e aquele eu que quero ver no futuro. É excelente para pensar e para escrever.

Parece que já me imagino a sentar-me e a ouvir o John Lennon a perguntar “so this is Christmas, and what have you done?” e uma outra música que diz “where do you go?”
Lá para as 3 da manhá vou sacar de um dos croissants com philadelphia que vou levar e preparar-me para assistir a um filme ou a uma série: a arca russa parece-me a melhor opção…o primeiro filme a ser gravado num único take…a história da Rússia contada no mítico Hermitage com todo aquele fausto; ou então um filme do grande Louis de Funès…o avarento ou um da série do gendarme…

Pelas 5 da manhã outro croissant e o começo de mais um filme…que talvez seja também europeu: o triunfo da vontade, o mítico documentário da Leni Rifensthal.

Claro que isto são apenas planos e, como a maioria das coisas que acontecem na nossa vida (felizmente) tudo muda e pode ser que na altura resolva fazer outra coisa completamente diferente!

Mas sabe bem pensar que vou ter um tempo para mim, sem stresses, sem pressa de olhar para o relógio…simplesmente ficar ali e disfrutar do tempo à minha maneira…ou, como costumo dizer, a madrugada é como uma grande viagem de avião…se não podemos ir dar uma volta, ao menos aproveitamos o que temos….

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