domingo, 25 de novembro de 2007

Como se estivesse no fundo do mar....

Como é (infelizmente) habitual, hoje acordei cedo. Não porque tivesse alguma coisa combinada mas porque o silêncio não abunda cá em casa. Compreendo que não seja fácil não fazer barulho mas cada vez desejo mais que a minha casa esteja pronta para que possa descansar e poder acordar sem toques de telefone, de campainha, com portas a bater, etc etc etc……
Para que a manhã não fosse totalmente perdida, resolvi ir tomar um café até ao centro comercial. Afinal, qual é o bom português que durante o fim de semana não visita um centro comercial apinhado de gente de fato de treino, preparados para o seu exercício semanal pelas lojas.
Esta visita traduziu-se em três tempos do mesmo verbo: quero, queria, vou querer.
Quero comprar aqueles pratos. São brancos sim, mas são mesmo aqueles que eu queria. Da loja do gato preto. Vai ser uma daquelas auto-prendas que tanto gosto.
Queria o sofá que vi na área. Custa apenas 4500 eur, mas tem todas as funcionalidades que desejava. Não nos afundamos, é engraçado e, acima de tudo, tem uma chaise longe ao velho estilo estalinista. E digo estalinista pois o conhecido ditador soviético tinha como hábito dormir nos seus enormes sofás, para retemperar forças entre excussões e deportações Esta chaise longe tinha uma profundidade de 1.76m, mais do que suficiente para poder esticar as pernas, os braços e tudo mais que quiséssemos…só há um senão..o do costume…o preço..
Vou querer aquilo que vi na FNAC. Ainda não comprei pois já sei que quando o fizer, vou querer tirar uns dias de reclusão, ao bom estilo dos monges, para poder apreciar com todo o seu esplendor, a obra prima de Rainer Werner Fassbinder: Berlin Alexanderplatz.
São mais de 15 horas de filme sobre a Berlim do final dos anos 20, onde a crise imperava, onde os extremos se encontravam, e onde os homens tentavam compreender qual o significado e os objectivos das suas vidas naqueles tempos negros.
O triunfo de Fassbinder valeu-lhe um lugar no panteão dos grandes cineastas alemães depois de décadas de desconfiança e desdém.
A viagem de Franz Biberkopf vai ser o ponto alto do primeiro fim-de-semana passado na quasi operacional base da rua do regedor….e cada dia que passa ele está mais próximo.

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