



Se acreditava que a parte mais difícil de fazer o sushi era preparar o arroz hoje descobri que estava (muito enganado). A pièce de résistence é cortar o peixe. Isso sim, é tarefa hérculea !O arroz já foi dominado! Alias, espantado fiquei quando preparei, em pouco tempo, uma travessa de arroz para sushi, que depois coloquei num daqueles caldeirões do Asterix mexidos com a indispensável colher de pau. Era a abertura de um admirável mundo novo (adoro esta expressão!), o descobrir de novas possibilidades, o colocar o carro nos carris para a imaginação trabalhar.
Tudo isto na segunda aula do curso de sushi. Sim, porque desta vez levei uma acompanhante muito especial e, como o mundo é sempre pequeno, quem ficou ao meu lado tinha uma qualidade inata, que já quase se tinha evaporado da minha memória.
O início, extremamente informal…fantástica a maneira como a cozinha do restaurante é aberta aos alunos, prova de segurança e de confiança no trabalho que é feito…porque nunca se sabe onde vamos ter um inspector da ASAE.
Os sushis já não eram segredo: gunkans, hosomakis, uramakis, futomakis. Melhor ou pior lá foram sendo compostos. No entanto, acho incrível como conseguimos estar aquele tempo todo, de pé, a preparar o sushi sem deitar a mão a um rolo.
As novidades surgiram na forma de um uramaki hot philadelphia (camembert e salmão..frito, com molho de teryiaki) e de um gunkan enrolado não com nori, mas com salmão e com um toque flambé…diz quem sabe (não é Lúcia?) que estava MUIIIIIITTTTTOOOOOO BOM.
A parte mais difícil…cortar o peixe. Para começar deitei logo fora um lenho de anelar que, às 19.55 ainda jorrava sangue quando lhe tirava o penso. Depois foram outros golpes e outros dedos (às tantas já usava uma luva por causa da higiene). Quando me foi entregue um peixe inteiro (dourada) para desmanchar e, para não usar a palavra desastroso, diria que foi um corte inovador / sui generis.
É deveras estranho estar a lavar o peixe, tirar as espinhas, depois abrir a barriga para tirar a tripa e depois, (com requintes de malvadez, claro) cortar a cabeça ao peixe, qual executor de Calais que enfrentava a Ana Bolena. O mestre só dizia que era um só corte para dar com jeito e não com força, mas eu preferia decapitar o peixe bem devagar….
No final, o almocinho / lanche da ordem, com muita boa disposição à mistura e a troca de umas palavras na língua de Mickiewicz. Quando todos nos sentamos à mesa e, enquanto uns (ou uma) com toda a sua delicadeza procurava seguir a ordem natural do sushi os outros, com a alarvidade habitual, violavam os pratos (que estão nas fotos) e atacavam os temakis que, feitos à última hora, são de facto, uma excelente maneira de começar uma refeição.
Quando vier de Berlim, já ficou prometido um jantar no restaurante, certo Lúcia?
p.s. a fotógrafa foi 5 estrelas!!!!!
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